Igreja Batista em Quitaúna

A experiência da perseverança no Senhor

Meditações no Salmo 44

O grande desafio do seguidor e da seguidora de Jesus não está relacionado, prioritariamente, em proclamar doutrinas acerca de Deus em um dado momento da vida. Quem segue a Jesus tem como grande desafio perseverar no caminho até o fim. Em outras palavras, nossa caminhada é mais importante do que um momento específico. Certamente seria mais fácil pensar e resumir a vida com Cristo em uma data e hora, assim, tudo estaria resolvido acerca da nossa espiritualidade. Não é essa a chamada de Deus para os seus seguidores. Somos chamados para perseverar no caminho (Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13). A experiência da perseverança no Senhor é mais complexa pelo fato de envolver toda nossa trajetória com Deus. Em um momento específico de emoção, quebrantamento e rendição conseguimos proteger nossa devoção ao Pai com maior segurança, menos questionamentos e menos complexidades.

Em uma vida com muitos anos de caminhada, ao contrário, vivemos experiências complexas, decepções, oscilações emocionais, dores e sentimentos diversos, em que perseverar na fé é um desafio. Na vida existem altos e baixos. Momentos de segurança e insegurança. Momentos de paz e guerra. Felicidade e tristeza. Somos um turbilhão de emoções e complexidades que não damos conta de entender. Como experimentar a experiência da perseverança no Senhor? O salmista parece relatar esse choque de emoções e a sua experiência pode nos ajudar em nossa peregrinação. Em primeiro lugar quem ora reconhece que Iavé se revela na história. O Eu Sou não é um mero conceito. O Eterno se revelou no dia-a-dia de homens e mulheres, que puderam conhece-lo. Não é só meu Deus, mas o Deus dos nossos pais, avós, amigos, conhecidos. Temos segurança de que o Altíssimo se manifestou para os nossos antepassados e também para nós, em dado momento da nossa trajetória. Cada toque da graça de Deus na história é uma bandeira que devemos fincar em nossos corações, para sempre nos lembrarmos que Ele veio ao nosso encontro, cheio de Sua misericórdia. Essa convicção ajuda em nossos momentos de crise de fé. Em segundo lugar, o salmista é sincero sobre o momento ao qual enfrenta. Ele fala com toda sua honestidade. Sente-se abandonado, esquecido e desprezado por Deus. A visão dos judeus desta época é que tanto o bem como o mal vinham de Deus. Ele não hesita em questionar seu Senhor. Mesmo diante dos questionamentos Ele persevera em se voltar ao seu Rei e seu Deus.

Por fim, o salmista não cessa de esperar nEle. Mesmo inserido em um momento delicado em sua caminhada, persevera em esperar nEle, pois confia que somente Ele pode socorre-lo de forma plena, trazendo alento a sua dor e ao seu sofrimento momentâneo. Somos convidados não somente para crer em Deus, mas a perseverar em um relacionamento real com Ele. A caminhada tem seus desafios, mas devemos, como o salmista, nos lembrar de quem Ele é e faz, nos mantermos sinceros em nossas preces e confiar que somente nEle teremos satisfação plena para nossa alma.