Igreja Batista em Quitaúna

A experiência plenitude

Meditações no Salmo 131

O que de fato queremos quando buscamos o Eterno? Qual o objetivo da nossa religião? Ouvimos mensagens, pregações e sermões; buscamos aplicar em nossas vidas; tentamos pacificar a nossa alma no perdão de Deus. Mas para quê? Qual o propósito de tudo o que envolve a nossa religiosidade.

Creio que a resposta é plenitude. A experiência da plenitude é um ótimo alvo para a nossa vida. Afinal, carecemos de autenticidade, de verdade e realidade em nossa experiência de vida. Não queremos viver uma vida fake. Queremos vivê-la plenamente. O salmista que ora aqui parece que atingiu esse nível de maturidade espiritual. Está pleno. Quais os traços de uma vida plena, segundo o salmista? Primeiramente, ele se livrou da arrogância. O arrogante é aquele ou aquela que se sente superior ao próximo. Seja por conta do capital intelectual, financeiro ou por qualquer motivo tolo, o arrogante olha o outro de cima para baixo, pois está apaixonado por si mesmo. Paixão cega. O salmista não é assim. A arrogância fora vencida. Consequentemente, por não ser arrogante, não carece se intrometer na vida de ninguém ou no que não conhece.

De que adianta estar apaixonado pelo próprio ego e não pode mostrar aos outros? Somente alguém verdadeiramente humilde, livre da tentação da arrogância, pode se livrar da cegueira e da vaidade, tornando-se verdadeiramente livre da atitude infantil de mostrar-se o que não é, exibir o que não tem, dizer o que não conhece. Por fim, o salmista não corre atrás de coisas grandiosas. Claro que não, pois já está satisfeito! Pleno é aquele que não corre atrás de dinheiro, felicidade, prosperidade. Mas sim, aquele que é satisfeito no agora, no hoje.

A experiência da plenitude é um viver desprendido. É um viver por viver, sem a pressão de mostrar ou ser o que não é. Viver, tão somente lançar-se na vida e encará-la com sobriedade, temperança e serenidade. Portanto, a experiência da plenitude nos coloca com os pés no chão do presente, pacificados e tranquilos, plenos e satisfeitos como um bebê no colo da mãe. Esperar em Deus não é ficar obcecado pelo futuro e neurótico com as coisas. É, pois, uma experiência de plenitude, em que o agora satisfaz completamente quem tem fé no Altíssimo. É um lançar-se para dentro de Deus, encontrando no Mistério a plenitude da vida.