Igreja Batista em Quitaúna

A experiência do Deus oniamante

Meditações no Salmo 136

A teologia clássica – que bebeu muito da filosofia grega – entende que Deus é onipotente, onipresente e onisciente. Esses atributos definem Deus como um ser poderosíssimo, em vários aspectos. Ele pode tudo o que Ele quiser; Ele está em todos os lugares; Ele sabe de todas as coisas. Entretanto, as Escrituras revelam um Deus que é, essencialmente, amoroso. Seu poder se manifesta em sua capacidade de amar. Por detrás das ações do Eterno na história está o amor eterno e leal do Altíssimo. Em João, é possível perceber que Deus é amor. É algo que define a sua “natureza”. Dessa forma, fazer a experiência do Deus oniamante, todo-poderoso em amar, é experimentar o Deus que se revela. O testemunho desse amor poderoso consta, justamente, nas Escrituras, especialmente naquele que ora o salmo. O salmista parece discernir o que ficará evidente no Novo Testamento. Durante toda oração afirma o vínculo radical entre Deus e o amor.

É possível sermos gratos pelo fato do amor de Deus ser eterno, real e concreto; sua criação, cheia de beleza e de criatividade, está repleta e inundada em seu amor, que é o motor que impulsiona seus atos criadores; seus grande feitos na história, especialmente de Israel, são motivados igualmente pelo seu grande e leal amor; nos momentos difíceis e doloridos, em que o povo de Deus o traiu, a misericórdia, o perdão, a reconciliação, os novos começos e os novos caminhos só foram possíveis por causa de seu imensurável amor!

O Novo Testamento revela de maneira ainda mais explícita o amor divino. O Pai amoroso revelado em Jesus é aquele que deixa noventa e nove ovelhas para buscar a ovelha perdida por amor; as conversas com os marginalizados, a atenção aos perdidos, o carinho com os excluídos, são sinais do amor divino; as curas dos enfermos, amaldiçoados por aquela sociedade preconceituosa, o cuidados com os pobres e o projeto de libertação, são motivados pelo amor que há no Pai de Jesus; por fim, o maior exemplo, a morte do Filho de Deus, tem uma razão: amor manifestado radicalmente pelos humanos. O que define o seu Deus? O quão poderoso Ele é? Lembre-se que o Deus revelado nas Escrituras é poderoso tão somente por ser oniamante. Quem define Deus não é o poder em si, mas seu eterno e leal amor-todo-poderoso.

Pr. André Anéas