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EPISÓDIO 29 - Teologia do Corpo
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João 20 : 24

Nesse tempo de Carnaval creio ser oportuno visitarmos teologicamente a questão do Corpo. Nós, enquanto igreja, fomos muito influenciados por um tipo de pensamento filosófico grego, especificamente platônico, em nossa tradição cristã ocidental. Tendo como grande expoente Santo Agostinho, desenvolvemos um olhar pessimista e negativo sobre a nossa carne, o nosso corpo.

Exemplos disso: os cristãos, especialmente os protestantes históricos e tradicionais, têm dificuldades em expressar emoções, a dança já foi considerada pecado, por anos não jogamos futebol de domingo, ir cinema e desfrutar das artes foi tido como grande tentação para a “carne” e, até hoje, falar em sexualidade é grande tabu nas igrejas.

Entretanto, quando observamos as Escrituras, percebemos que o corpo não deveria ser desvalorizado. Em primeiro lugar, Deus encarnou em corpo, se fazendo carne. Deus desejou ter um corpo como o nosso. A ressurreição é peça chave também. É ressurreição do corpo. Tomé teve o privilégio de tocar as marcas da crucificação de Jesus ressuscitado em carne.

O corpo é bom! Ele é um jardim, que pode produzir flores e frutos. O sorriso, o abraço, a troca de olhares, o consolo, o passear de mãos dadas… Tudo isso só acontece porque temos um corpo. Fantasmas, almas e espíritos não se abraçam.

Relativizar o valor e santidade do corpo é um perigo! É abrir caminho para a maldade. Se o corpo e a matéria não são boas, pode justificar assassinatos e a destruição da natureza sem peso na consciência. Essa relativização é perigosa e está distante do Deus que fez tudo bom, inclusive nossos corpos e a natureza.

Que possamos (re)pensar em nossa reflexão o corpo, o valorizando como Deus o faz. Sorria! Dance! Viva! Pois somente quem tem corpo pode fazê-lo.

Abraço fraterno,
André ❤️