Em um momentos em que seus discípulos discutem quem seria o maior e se sentem donos do monopólio da bondade, Jesus faz um discurso difícil, mas necessário. Ele pede para que “não façam tropeçar os pequeninos” com essas bobagens de grandeza e de poder. Dada a gravidade dessa possibilidade, diz que seria melhor que se lançassem ao mar com uma pedra amarrada no pescoço do que fizessem tal feito. Como se não bastasse, diz que é melhor arrancar a mão que faz pecar ou um pé ou um dos olhos, do que entrar no inferno com duas mãos, dois pés ou dois olhos.
Que Jesus desejava ensinar aos discípulos? Claro que isso não está na literalidade do texto.
Me parece que Jesus deseja que seus discípulos fossem capazes de algo fundamento: perceber seus próprios erros.
É fácil identificar os erros dos outros ou terceirizar a nossa responsabilidade. Viver sem identificar os próprios equívocos é um inferno e leva o inferno para quem está perto de nós. Trata-se de uma cegueira infernal!
Quem nos faz pecar? Nossa mão, nosso pé e nosso olho… Não dos outros.
Não que seja uma regra universal, mas muitas vezes o problema na nossa família, na vida profissional, em nossas relações e na igreja somos nós mesmo. Sermos capazes de conhecermos a nós mesmos é parte vital da vida no evangelho.
“O que eu preciso arrancar de mim mesmo?”
“O que em mim me coloca em um inferno?”
“O que em mim não produz bondade?”
“O que em mim não gera vida?”
Faça essas pergunta para si mesmo e se abra para uma jornada para dentro de si. O resultado disso será a transformação corajosa de quem é capaz de assumir seus próprio equívocos.
André Anéas