Igreja Batista em Quitaúna

Conversão do coração

Igreja Batista em Quitaúna
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Conversão do coração
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Mateus 23: 15, João 4:21, João 4:24

O número de evangélicos brasileiros tem aumentado, bem como de templos religiosos. Provavelmente em 2030 os evangélicos serão maioria em nosso país. Entretanto, o desenvolvimento social do país não tem crescido nessa mesma proporção…

Que significa conversão? O que Jesus diz a esse respeito?

Um dia uma mulher samaritana confusa em relação as suas crenças indagou Jesus sobre qual seria o monte certo para adorar a Deus. A resposta de Jesus foi surpreendente: nem no monte em Samaria, nem mesmo em Jerusalém! Pelo fato de Deus ser Espírito, os verdadeiros adoradores deveriam adorar “em espírito e em verdade”. Esses seriam os verdadeiros “convertidos”. Quais as implicações dessa compreensão?

Jesus relativa o lugar geográfico como espaço do sagrado. Deus, por ser Espírito, não está em um lugar “santo”. Ela está em tudo! Todo lugar é lugar do Eterno, pois o Espírito sopra onde quer. É vento! É fogo! Incontrolável. Indomesticável.

Além disso, esses verdadeiros adoradores não vivem na aparência do que a religião proporciona. Não é o local para onde vão. Não é o que vestem. Não é a cartilha religiosa que escolheram ter. As aparências enganam… O que importa não é o que está fora, mas o que sai do coração! É de dentro para fora que a fé em Jesus acontece. Muito além do que a exterioridade é capaz de evidenciar.

Jesus defende uma “conversão do coração”. Quem experimenta passa a viver uma espiritualidade sem limites! Ser o verdadeiro adorador ultrapassa o vínculo religioso-institucional. É fazer da vida o lugar da verdadeira adoração.

Que significa o aumento de templos? Nada.
Que significa os evangélicos serem maioria? Nada.
É a “conversão no coração”, “em espírito e em verdade” que realmente importa, pois ela faz do discípulo de Jesus alguém que vive para glória de Deus na medicina, na educação, na família, junto dos amigos ou em qualquer lugar e junto de quem for.

Qual o monte certo? Nenhum. Quem adora o Eterno o faz na vida e em tudo que nela há. Vive em espírito… Vive em verdade. Fazendo TUDO para glória dEle.

André Anéas

A experiência da capacitação

Meditações no Salmo 144

A vida é cheia de desafios que exigem muito de cada um de nós.

Desde as coisas mais corriqueiras, como cozinha e aprender a dirigir, até coisas mais sofisticadas, como estudar engenharia ou filosofia, precisamos de horas de esforço, leitura, madrugadas e muita dedicação para fazer tudo com excelência. É certa a afirmação que o humano precisa se esforçar para conquistar seus sonhos e adquirir habilidades na jornada da vida. “Quem cedo madruga…” tem suas vantagens. Entretanto, em chave cristã, é complicado quando o humano se ensoberbecer de si mesmo. É algo ruim quando nos tornamos autossuficientes, olhando a nós mesmos como que capaz de obter tudo o que precisamos na vida.

Ou seja, a espiritualidade cristã e bíblica parece nos alertar algo fundamental: nunca conseguimos tudo sozinhos. Longe de desencorajar alguém a perseverar em seus objetivos ou estimular uma preguiça nociva, existe uma série de elementos que não dependem de cada um de nós para vencermos as batalhas que temos na existência. O salmista faz afirmações importantíssimas nesse sentido, reconhecendo que o Eterno é quem treina as suas mãos, que treina os seus dedos para a batalha; que Deus é aliado dele na vida, uma fortaleza que o protege e o liberta; que o Senhor é escudo e refúgio. Quem ora vive a experiência da capacitação. Capacitação que vem do alto, nesse humano que discerne que o que ele faz nunca é mérito absoluto de si mesmo, mas que procede como graça da parte de Deus. Que é o humano para que o Altíssimo se importe com essas minúcias? Essa é a indagação de quem ora. Viver sob as asas do Eterno é experimentar o seu cuidado capacitador em meio ao esforço de fazer tudo o que fazemos. O “estar no lugar certo e na hora certa” pode ser discernido por esse cuidado de Deus. O cair na graça de um chefe, em toda a subjetividade que envolve os processos relacionais, também pode ser interpretado como graça divina. Aquele insight que brota em nossa mente em uma situação difícil e complexa, pode ser lido como um toque da bondade do Senhor em nós.

Aquela pessoa que nos ajudou gratuitamente e que partilhou generosamente do seu conhecimento e tempo, não fora a mão dEle?

Podemos conquistar muitas coisas na vida. Mas, devemos reconhecer: não foram somente os nossos méritos que tornaram possível essas realizações. A boa mão do Senhor nos capacitou com sua multiforme graça para termos sucesso em nossas atividades.

Bendito seja o nome do Eterno! Reconheça isso. Torna a vida bela e é sinal de humildade.

Pr. André Anéas

O prato que Deus te deu

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O prato que Deus te deu
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Mateus 25: 14

O Reino é como um senhor que entregou seus bens mais preciosos para os seus servos administrarem. Esse “senhor” é Deus e os servos somos cada um de nós humanos. Tudo o que Ele coloca em nossas mãos deve, necessariamente, multiplicar. Obviamente isso não tem nada a ver com dinheiro ou aplicações financeiras e acúmulos de bens materiais. Isso tem relação com os dons que Ele nos concede, com as graças que Ele nos dá.
É preciso ter clareza: os anjos não vão em nosso lugar amar, cuidar, perdoar, dividir, servir, contribuir, repartir, etc. Essa tarefa é nossa! Deus quis que fosse assim. Lembrem: Deus “foi viajar” e nos deixou cuidando de tudo.
Cada um tem algo em mãos. Seja uma capacidade administrativa, seja o dom do serviço, seja o dom do ensino, cada um tem algo que Deus deu.
A questão é simples: pegar o que Deus coloca em nossas mãos e não fazer nada com isso, é “cuspir no prato que Deus deu”. Quem assim o faz, é infiel, negligente e desrespeitoso para com o Eterno. “Enterrar o talento” é destruir ou não contribuir para com a expansão do Reino.
Quem, ao contrário, “multiplica”, contribui com o Reino de Deus na terra.
Minimamente todos nós recebemos algo do Senhor: amor, perdão, cuidado. Se recebemos amor e não amamos, o Reino não acontece. Se recebemos perdão e não perdoamos, o Reino não acontece. Se somos cuidados e não cuidamos, o Reino não acontece.
Seja fiel no pouco que o Senhor está te dando, pois esse pouco é muito se bem vivenciado…
Esteja atento a todo e qualquer oportunidade de viver e repartir o dom e a graça do Pai amoroso.
Portanto, ame, cuide, perdoe, doe, seja generoso, pois tudo isso Deus nos deu e espera que seja multiplicado.

André Anéas

Desmilitarize a sua espiritualidade

Igreja Batista em Quitaúna
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Desmilitarize a sua espiritualidade
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Marcos 9: 33

Os discípulos de Jesus são pegos pelo Mestre conversando sobre quem seria o maior entre eles. Envergonhados, silenciam.
Silenciam por qual razão? Porque falar sobre o desejo e a ambição em querer ser maior que o outro é algo feio, que torna a vida feia. O anseio por subir nas hierarquias da existência para ser maior que outrem, denota um tipo de ser humano corrompido por aquilo que mais corrompe o humano: poder.
Na religião isso se intensifica, mas com um ar piedoso. Ser mais santo, ser mais puro, ter mais autoridade espiritual, saber mais de Bíblia, etc…
Independente se na religião ou em outras áreas da vida, certo é que dessa militarização da espiritualidade faz brotar as vaidades, as mentiras, as lógica maquiavélicas, a perversão e manipulação dos outros humanos perto de nós.
O Reino não funciona assim.
No Reino anunciado por Jesus a preocupação NUNCA é sobre quem é o maior. Mas, sim, e tão somente, sobre quem serve mais, sobre quem é o último, sobre quem se doa pelo outro.
No Reino, de maneira bem particular, esse outro é o empobrecido, o marginalizado, o fraco, o vulnerável, o oprimido.
Se você ama a hierarquia e a militarização da religião, saiba: isso não tem nada de cristão.
Desmilitarize a sua espiritualidade e sirva os oprimidos do mundo. O resto, é resto!

André Anéas

A experiência do salto da fé

Meditações no Salmo 143

Que é ter fé?

Erroneamente as linhas mais conhecidas do protestantismo pensam a fé como a certeza que temos em determinadas sentenças teológicas. Se eu crer de determinada maneira, em determinada confissão de fé, de uma maneira elaborada teologicamente x, y ou z, logo tenho fé. Nada mais distante da tradição bíblica. Dentro das orações dos salmistas é possível encontrar algo mais próximo do significado de fé.

Uma boa metáfora é “salto”.

Viver a experiência do salto da fé está mais aderente ao que se vê no testemunho de quem ora. A questão não é a formulação teológica. Isso é racionalismo de ar piedoso. A questão é se saltamos no abismo que está diante de nós. O salmista se mostra angustiado, amedrontado, cheio de inseguranças e dúvidas. Além disso, ele sabe que a sua moral não é suficiente para comprar o favor divino, por isso mesmo suplica para que o Eterno não o leve para juízo. Mesmo assim, com tantos elementos em desfavor, ele se lança em fé, ele salta para o Altíssimo, em uma confiança cega, em uma aposta alta, cujo custo é a vida como um todo.

Nesse saltar, a questão não é o que se crê, mas o como se crê. E como ele vive esse salto da fé? Vive de tal modo como se soubesse que salta para a graça de Deus. Salta em direção a misericórdia. Salta nos braços fortes que não está observando ainda, mas que, pela fé, estão lá. Salta como um servo, como um filho, como um amante do Amor. Salta confiante de que o Amor o amará. Viver a vida é uma experiência um tanto angustiante. Temos inseguranças. Temos medos. Fraquejamos diante da dor e dos sofrimentos. Nossa alma experimenta a angústia, que sequer sabemos de onde veio. Nesses instantes escuros na alma, somos convidados a viver a experiência do salto da fé. Não das certezas objetivas e racionalistas, dos decorebas infantis. Mas experimentar no interior de quem somos a possibilidade de, com coragem, viver pela fé em meio a todo tipo de aflição. Nas noites escuras da alma, saltemos, pois, no oceano da misericórdia do Senhor. Suplicar em silêncio. Suplicar, não somente sabendo, mas sendo pela fé, filhos e filhas de um Pai que nos ama em meio as dores da existência.

Pr. André Anéas

Sabedoria: comida, bebida e trabalho

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Sabedoria: comida, bebida e trabalho
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Eclesiástes 02:24 03:13 05:18 08:15

Novo ano: tempo de reflexão e análise profunda da vida…

Sempre nesse tempo busco sabedoria nas Escrituras para discernir a vida e os seus rumos. Nesse ano me voltei ao Eclesiastes, buscando discernir o que o Eterno pode iluminar em minha jornada. Descobri o que vale a pena debaixo do sol: comida, bebida e trabalho.

Mas, como diz a canção, “a gente não quer só bebida…”. Tão pouco o sábio. Que ele quer dizer com isso?

Das coisas da vida, não vale a pena correr pelo dinheiro, pela fama ou pelo sucesso. Isso é tolice.
Não vale a pena, pois essas coisas não nos saciam nessa vida sem sentido, em que o injusto, o mal e o tolo prosperam em detrimento dos justos, dos bons e dos sábios.

Que vale a pena na vida?

Comida – A comida é o símbolo da simplicidade. O pão, feito apenas de trigo e água, se bem feito fica crocante por fora, saboroso por dentro e cheio de magia quando passado em belo azeite com sal. Há algo mais simples que isso? Comer é estar na mesa, junto de amigos e amigas, da família, partilhando debaixo de uma atmosfera de sabor, cheiro e sabor.

Bebida – A bebida é símbolo de alegria. Quem brinda de copo vazio? Não qualquer alegria, mas a que é vivida no presente, no hoje e no agora. Querer ter a felicidade como meta de vida é tolice. Entender que a felicidade está no passado é igualmente tolo. O brinde acontece no agora da existência. Seja feliz no hoje, pois o ontem passou e o amanhã ninguém conhece.

Trabalho – Trabalho é criatividade. Que prazer maior há em ver o fruto do que se faz com as mãos? Uma vacina, um poema, um estória, uma canção. Se alegrar com o fruto do nosso esforço é dádiva de Deus! Pelo que você trabalha? Pelo trabalho que paga mais? Trabalha escolhendo sempre o que é mais fácil? O sábio nos ensina a nos regozijarmos com o fruto do que as nossa mãos produzem.

Que você deseja para 2024?

Particularmente, quero essa sabedoria. Sabedoria que me ensina a dar valor para as coisas simples; me alegrar no hoje; e desfrutar do prazer do fruto do meu trabalho.

Quero que a minha filha – a Anne – olhe para o seu pai e encontre uma vida bem vivida, cheia de sabedoria. Que faremos com o tempo que nos é dado? Sejamos sábios e desfrutemos bem do tempo que se chama hoje, em simplicidade, alegria e satisfação.

André ✝️❤️🙏🏼

Milagre!

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Milagre!
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Lucas 1:26

MILAGRE!

O Natal é um milagre cheio de milagres! Discernir aquilo que Deus fez em Jesus é encantador e fascinante. Sou discípulo de Jesus por causa do milagre da boa nova, do nascimento de Deus, e de todos os milagres que estão nessa história.

Primeiro porque Deus vem Nazaré (lá é concebido) e em uma família simples, de gente humilde. Deus não escolhe vir ao mundo em uma grande metrópole e em uma família de monarcas. Não! O milagre acontece em um lugar inesperado e com gente inesperada.

Além disso, o grande elemento da boa notícias de Deus para o mundo em Jesus é que não precisamos ter medo. Sim! O Deus do medo foi superado pelo Deus revelado em Cristo, nos acolhendo em nossa fragilidade e gerando em nós confiança para nos lançarmos em seus braços de amor. Milagre…

É incrível perceber também como Deus faz o milagre. Ele o faz produzindo vida da virgem. Gerando filhos em mulheres estéreis e até mesmo em mulheres envelhecidas. É da esterilidade, da fraqueza, da insignificância aparente e da virgindade que o milagre é feito.

Maria diante de tudo isso responde: “Sou serva do Senhor!” Não é importante de onde viemos. Nosso sobrenome conta pouco. Nossos medos podem ser deixados de lado. Tanto faz nossa virgindade, esterilidade ou velhice. O milagre do evangelho nasce e acontece em quem se lança em fé e confia no Deus cuja sabedoria confunde os sábios desse mundo.

Viva o milagre do evangelho! Seja um servo/serva do Senhor e deixe a potência da boa nova encantar a sua vida!

André ✝️❤️🙏🏼

Testemunhe!

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Testemunhe!
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Joaõ 01

João Batista está embriagado de expectativa pelo Messias. Sua vida e obra existem para testemunhar e sinalizar que Ele vem…

Seu movimento não é insignificante. Está fazendo muito barulho. A classe religiosa oficial prepara uma comitiva inquisitorial para questioná-lo. Três perguntas são feitas. As respostas evidenciam a maneira de testemunha de JB.

Quem é você? Messias, Elias ou o Profeta?
Resposta: NENHUM!
O próprio Jesus identifica JB como Elias. JB, em sua humildade, responde negativamente. Não se trata de uma performance religiosa. Testemunhar e apontar para Jesus envolve, necessariamente, uma atitude de esvaziamento da vaidade, arrogância e presunção.

Então o que diz acerca de si mesmo?
Resposta: SOU UMA “VOZ”
Apenas uma voz. Mas ele é uma voz cujo discurso e vida estão sincronizados. A vida dele é o testemunho. É autêntico e sincero. Sua vida é a “voz”.

Então por que batiza?
Resposta: EU BATIZO COM ÁGUA
O batismo de JB complicava a religião oficial. Gerava um desconforto muito grande. A água, em si mesma, não é nada. A questão é que ela aponta para Aquele que eles não conheciam e que estava ali: Jesus de Nazaré. A “água” era o sinal que produzia a sinalização do Sinal: Jesus.

Nesse Natal devemos ser embriagados pela expectativa de Jesus, a ponto de TESTEMUNHARMOS acerca dele. Como fazer? Em humildade, com as nossas vidas e usando o que temos em mãos. JB tinha água para apontar para Ele. Use a sua generosidade, seu acolhimento, seu amor e sua bondade… E confunda a cabeça dos religiosos que não estão enxergando que Ele está entre nós.

Que seu testemunho cante: “TU VENS, TU VENS… EU JÁ ESCUTO OS TEUS SINAIS…”

André 🙏🏼❤️

A experiência do abandono

Meditações no Salmo 142

Existem momentos em nossas vidas em que podemos vivenciar a experiência do abandono. Não se trata de um momento banal, corriqueiro. De fato, são situações ímpares, realmente difíceis do ponto de vista existencial. Dentro do ambiente familiar isso pode se manifestar em filhos que são abandonados pelos pais. Quem sabe não necessariamente um abandono literal, mas emocional. A percepção na alma de que não é possível mais contar emocionalmente com os pais biológicos devido a indiferença deles em relação ao filho ou filha. Dentro da vida relacional mais ordinária, relações de amizade são rompidas ou estremecidas diante da constatação de alguma parte que a deslealdade imperou. Como um sopro dentro do ser, se descobriu que o “amigo” ou “amiga” não cultivam a mesma dedicação, por assim dizer, àquela relação. Uma palavra, um gesto ou uma atitude acabam por revelar a verdade. Dentro do ambiente eclesiástico acontece com frequência. Por longos anos fraternidade. Por bons anos a harmonia. Diante das diferenças, entretanto, brota um tipo de incompatibilidade que germina a semente da rejeição. Quem padece isso dentro do ambiente eclesiástico corre sempre o risco de sentir-se abandonado pelo próprio Deus. Seja na família, nas amizades ou na igreja, a dor de quem se sente abandonado é incalculável. Perde-se, abruptamente, o suporte emocional de quem se amava. Fica, tão somente, uma sensação de vazio, permeada de questionamentos incessantes acerca do quanto essa história valeu a pena ser vivida. O estrago pode ser imenso, justificando mudança radicais na vida cotidiana. Não cabe o julgamento desses sentimentos aqui. Cabe o acolhimento dessa dor do abandonado. O salmista experimentou essa sensação terrível, em que conseguia apenas lamentar e apresentar a sua angústia ao Senhor. Desanimado, rememora a dor de não ser cuidado, os caminhos que o levaram para a solidão e uma dura certeza: ninguém se importa mais com ele. Só há uma saída, uma rota alternativa: olhar para o céu e clamar ao Altíssimo.

Provavelmente sentiremos nesses instantes a rejeição do alto também. Mas, na desesperança nasce a esperança. Mesmo em meio a sensação do abandono, há um Deus que escuta e que acolhe o abandonado. Nos mínimos detalhes, ouve com atenção o lamentar de quem ora. Trata-se de um Deus que se compadece e sofre junto com o sofredor. Sua benção é para com aquele ou aquela afligido pelo abandono, seja de quem for. Em Deus, não há solidão, mas companhia verdadeiro que tudo restaura, mesmo nos dias de maiores tempestades na alma de quem vive a experiência do abandono.

Pr. André Anéas

Espírito!

Igreja Batista em Quitaúna
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Espírito!
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Marcos 01

Natal é expectativa! Expectativa pelo Salvador que vem. Já podemos escutar os sinais!

João Batista representa essa voz “que clama no deserto”, que aponta e anuncia aquele que está chegando: Jesus. João é a transição entre uma maneira de experimentar a fé no passado, para uma nova forma, plena e cheia de Vida. Entretanto, o próprio João é igualmente um modo de viver a fé.

A fé do passado, de Moisés, da letra da Lei, do templo, está carcomida pelo poder e pelo legalismo. Não produz vida, mas tão somente hipocrisia. Uma religião de aparências. Uma religião que envaidece. Uma religião para quem não precisa de justificação, pois nela só há espaço para “justos”.

O Batista é crítico disso tudo. Por isso, vai para o deserto, deixando o ambiente oficial para trás. Chama os representantes dessa religião corrupta de “raça de víboras”. João anuncia o batismo para arrependimento. Há aqui uma melhoria, uma evolução. Quem se batiza com João assume que é pecador. Mesmo assim, esse tipo de fé opera a partir do medo: medo do profeta, medo do que há de vir e medo de Deus.

O Batista faz o seu melhor e reconhece sua limitação: ele batiza com água, mas virá outro que batiza com o Espírito! Aqui, no Espírito, está a plenitude. Se em João há jejum, em Jesus há festa de casamento; se em João já água, em Jesus há vinho; se em João há transição, em Jesus há plenitude; se em João há medo, em Jesus há paz interior!

Em que momento você está? Na hipocrisia, no medo ou no Espírito? Aproveite o período do Advento para se preparar para viver a fé no Espírito, só nele você viverá uma espiritualidade plena de sentido em Jesus. Ele vem, Ele já chegou e Ele voltará. Por que esperar mais para correr para os braços da graça e da misericórdia daquele que batiza com o Espírito?

André 🙏🏼❤️