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EPISÓDIO 36 – Reino de Deus: o que ele não é?

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 36 - Reino de Deus: o que ele não é?
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Lucas 17: 20-21

Jesus ensina que o Reino de Deus é um reino que não pode ser “detectado por sinais visíveis”. Porém, somos sempre levados e conduzidos para perceber o “reino” em sinais exteriores, mensuráveis e quantificáveis. Os erros desse caminho são drásticos…

Alguns detectam o “reino” quando a prosperidade financeira acontece. Se não tem dinheiro e riqueza, não é o “reino”. Equívoco: a simplicidade é o caminho do Reino de Deus.

Outros só percebem o “reino” no moralismo religioso. Se não for perfeito moralmente, não se vê o “reino”. Equívoco: o Reino de Deus é de pecadores perdoados pela graça.

Há ainda os que veem o “reino” na aparência da felicidade e da estabilidade emocional. Equívoco: o Reino é dos que são como crianças, sinceros e honestos com seu verdadeiro eu.

Outros ainda só são capazes de ver o “reino” quando há poder e grandeza. Se não houver “autoridade”, “hierarquia” e a “pompa” dos poderosos e importantes, não há “reino”. Equívoco: o Reino de Deus é o local da paz e da humildade.

Que é o Reino de Deus? Ouça Jesus e aprenda com o Mestre. Cuidado para não cair no “canto da sereia” dos que distorcem o verdadeiro Reino por um “reino” infantil, egoísta e cheio de tolices e superficialidades. Escolha hoje o Reino de Jesus, do Evangelho e da interioridade. Deixe de lado o “reino” das aparências!

Abraço fraterno,
André ??❤️

EPISÓDIO 35 – Por que temos medo da liberdade?

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 35 - Por que temos medo da liberdade?
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João 8: 31-32

O interesse de Deus é que sejamos verdadeiramente livres. O Eterno nos quer autônomos, emancipados e maduros. É preciso sair do jardim de infância e crescer na liberdade de Cristo! 

EPISÓDIO 34 – A fé do tamanho de um grão de mostarda

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 34 - A fé do tamanho de um grão de mostarda
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Lucas 17: 03-06

Quem tem fé, genuinamente cristã, é paciente. Não é imediatista. Sabe reconhecer que as coisas demoram para se consolidar. Sabe perseverar mesmo quando as coisas não estão bem. Sabe perdoar sempre, com paciência.

Quem tem fé cristã olha para o outro. Não é individualista. Não se preocupa apenas consigo mesmo. Enxerga que o outro humano enfrenta lutas, dificuldades, angústias. Por isso o perdoa sempre.

A fé, por fim, não busca os próprios interesses. Não é utilitarista. Qual o problema se não ganharmos sempre? Qual a dificuldade em não entrarmos nos jogos competitivos na esfera social? Para a fé cristã não jogar esses jogos é o alvo, por isso perdoa sempre aquele que nos faz mal, pois sabe-se que é morrendo que se pode verdadeiramente viver.

Viver a fé cristã significa sabotar os elementos nocivos das culturas. Viver a fé cristã é superar as lógicas maléficas dentro das dinâmicas sociais. Fazendo isso, em cada janela de oportunidade, abre-se a possibilidade para um casamento ser restaurado, uma aproximação com um filho ou filha, para a paz interior, para uma igreja mais amorosa, para um vida mais plena de sentido. Abre-se para o evangelho salgar a terra e iluminar o mundo!

Abraço fraterno,
André Anéas

EPISÓDIO 33 – Do que o diabo não gosta?

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 33 - Do que o diabo não gosta?
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Marcos 01: 21

Muitas vezes os filmes de Hollywood abordam a figura do diabo. É um assunto que desperta a nossa curiosidade. Mas tem muita ficção nesse imaginário popular.

Tem gente que acha que o diabo não gosta de água benta, de rituais específicos ou mesmo de sacerdotes religiosos. Em Marcos está contido o relato de um dia em que Jesus lidou com uma pessoa possessa por um “espírito impuro”, um demônio.

Diferentemente do que se acha, o diabo ficou muito incomodado com Jesus. “Por que nos incomoda, Jesus de Nazaré?”, foi a pergunta feita.

O que, de fato, incomoda o diabo? Segundo esse texto, em primeiro lugar, o ensino de Jesus. A pedagogia de Jesus faz o povo pensar, relativiza o trabalho dos sacerdotes religiosos, mexe com as dinâmicas sociais, relativiza o poder do imperador romano, altera os ensinamentos dos mestres da Lei e dos escribas. O diabo gosta mesmo que tudo fique como está. Porém, Jesus com seu ensino, veio para libertar as mentes de uma religião cristalizada em muitas tradições, costumes e entendimentos arcaicos. O diabo não gosta disso…

Mais: o povo gostava do ensino de Jesus. Ele ensinava como quem tinha “autoridade”. Não falava da boca para fora, não cumpria uma atividade religiosa, não era incoerente em relação a sua prática. O povo deseja o ensino de alguém que vive o que fala e encontraram isso em Jesus, diferentemente dos “teólogos” da época, que viviam uma vida hipócrita. O diabo não gosta disso…

Vencer o demoníaco em nossa vida deve estar relacionado a nossa fidelidade a Jesus e seu ensino, permitindo que esse processo pedagógico altere e subverta qualquer coisa da vida. O diabo ficará histérico, gritará e agirá com violência. Mas na autoridade de Jesus, imediatamente ele se calará e fugirá, pois não pode resistir ao poder do evangelho!

Abraço fraterno,
André ❤️??

EPISÓDIO 32 – Jesus: fonte de sentido

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 32 - Jesus: fonte de sentido
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Mateus 4: 18

A grande pergunta das nossas vidas é “qual o sentido da existência?” . A resposta determinará toda a nossa jornada.

Muitos colocam como fonte de sentido a família. Porém, e quando o divórcio é inevitável? Muitos depositam a esperança de sentido nos filhos. Mas e quando eles se casam e vão embora de casa? O trabalho também pode ser uma fonte de sentido. Entretanto, e quando somos demitidos? Dinheiro, a fama, o sucesso… Muitas fontes de sentido que demonstram-se frágeis e insustentável para nos fornecerem o sentido último da vida.

Somente Jesus é essa fonte. Cabe a nós responder ao olhar do Mestre, que nos vê; aceitarmos o seu convite e chamado para segui-lo; e deixar que Ele nos dê sentido, mudando os nossos planos. A vida é muito mais que um emprego, que as relações lindas que construímos e até mesmo mais que a própria igreja enquanto instituição. Essas coisa, se portadoras do sentido último de nossas vidas, transformam-se em ídolos dos nossos corações.

Somente quando nos encontramos com Jesus – ou quando Ele nos encontra – é que podemos experimentar uma fonte de sentido segura. Deixe que Aquele que te vê e te chama pelo nome seja a fonte suprema e sublime da razão da Vida. Tudo será, a partir daí, ressignificado a partir das lentes amorosas de Jesus.

Abraço fraterno,
André ??❤️

EPISÓDIO 31 – Avivamento e o fruto do Espírito

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 31 - Avivamento e o fruto do Espírito
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Gálatas capítulo 5

Recentemente, muito se falou no meio evangélico sobre “avivamento”. Entretanto, a mesma igreja que tem um frenesi acerca dessa assunto, é uma igreja marcada por contradições: hipocrisia; julgamentos; ênfase no dinheiro; fala mais das más novas do que de boas novas; cheia de vaidade; cheia de ganância pelo poder.

Ora, será que esse é o “avivamento” que devemos esperar?

Certo é que não dá para conceber uma igreja morta. A igreja deve ser viva, portanto, “avivada”. Mas ser viva não é, necessariamente, um bom sinal. Tudo que é vivo dá fruto, pois está em desenvolvimento. A questão é se o fruto é bom ou ruim – os exemplos acima mostram um fruto de péssima qualidade.

Uma igreja viva dá o fruto do Espírito! Bondade, amabilidade, paciência, domínio próprio, amor… Ser uma igreja viva não tem relação com a liturgia, com as músicas, com regrinhas tolas que inventamos para saber quem é mais santo ou menos santo, ou com a duração do culto. Uma igreja viva, cujo fruto é bom, é uma igreja que AMA.

Que sejamos vivos e produzamos fruto bom: o do Espírito!

Abraço fraterno amigo e amiga.
André ❤️??

EPISÓDIO 30 – O Deus que tem sede

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 30 - O Deus que tem sede
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João 04

Evangelização é um tipo de atividade religiosa muito mal interpretada pelos cristãos, especialmente os evangélicos. Campanhas e mais campanhas para atrair membros para instituições religiosas são feitas, com métodos específicos e campanhas de marketing. Trata-se de um mercado da fé, com concorrência e disputa pela “fatia” do mercado.

Nada mais distante de Jesus…

Na famosa cena de Jesus junto de uma samaritana, no poço de Jacó, nos é revelada outra maneira de partilhar graça e amor. Jesus não oferece uma religião, um templo, uma teologia. Ele pede água; Ele adentra o mundo daquela mulher; Ele conversa; Ele relativiza o religioso. Ela, por sua vez, se sente segura; ela é acolhida; ela é encontrada; ela é amada.

O Deus revelado em Jesus pede água. Jesus, em sua humildade, oferece-se nesse encontro. Vai até o poço onde ela pega água, oferece água viva e um modo de relação com Deus que supera a religião: em Espírito e em verdade!

Na partilha da nossa fé, não devemos criar “arapucas” para “ganharmos almas”. Devemos ser verdadeiros, honestos e estar dispostos a visitar os “poços” daqueles que cruzam nossa vida. Devemos adentrar mundos desconhecidos. Devemos criar relações verdadeiras. Devemos fazer novos amigos. Devemos ser humilde e “pedir água” para o próximo. É ai, na honestidade de uma relação verdadeira, que o Espírito age.

Sem pressão.
Sem proselitismo.
Na leveza do evangelho.
Na liberdade absoluta do Espírito.

Abraço fraterno amigo e amiga.
André ❤️??

EPISÓDIO 29 – Teologia do Corpo

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 29 - Teologia do Corpo
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João 20 : 24

Nesse tempo de Carnaval creio ser oportuno visitarmos teologicamente a questão do Corpo. Nós, enquanto igreja, fomos muito influenciados por um tipo de pensamento filosófico grego, especificamente platônico, em nossa tradição cristã ocidental. Tendo como grande expoente Santo Agostinho, desenvolvemos um olhar pessimista e negativo sobre a nossa carne, o nosso corpo.

Exemplos disso: os cristãos, especialmente os protestantes históricos e tradicionais, têm dificuldades em expressar emoções, a dança já foi considerada pecado, por anos não jogamos futebol de domingo, ir cinema e desfrutar das artes foi tido como grande tentação para a “carne” e, até hoje, falar em sexualidade é grande tabu nas igrejas.

Entretanto, quando observamos as Escrituras, percebemos que o corpo não deveria ser desvalorizado. Em primeiro lugar, Deus encarnou em corpo, se fazendo carne. Deus desejou ter um corpo como o nosso. A ressurreição é peça chave também. É ressurreição do corpo. Tomé teve o privilégio de tocar as marcas da crucificação de Jesus ressuscitado em carne.

O corpo é bom! Ele é um jardim, que pode produzir flores e frutos. O sorriso, o abraço, a troca de olhares, o consolo, o passear de mãos dadas… Tudo isso só acontece porque temos um corpo. Fantasmas, almas e espíritos não se abraçam.

Relativizar o valor e santidade do corpo é um perigo! É abrir caminho para a maldade. Se o corpo e a matéria não são boas, pode justificar assassinatos e a destruição da natureza sem peso na consciência. Essa relativização é perigosa e está distante do Deus que fez tudo bom, inclusive nossos corpos e a natureza.

Que possamos (re)pensar em nossa reflexão o corpo, o valorizando como Deus o faz. Sorria! Dance! Viva! Pois somente quem tem corpo pode fazê-lo.

Abraço fraterno,
André ❤️

EPISÓDIO 29 – O amor é amoral

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 29 - O amor é amoral
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João 13: 35

O que nos torna discípulos e discípulas de Jesus? Sermos moralistas, juízes, intrometidos na vida alheia e religiosos rigorosos não nos faz discípulos do Nazareno. Podem até dizer que “somos diferentes”… Mas tem muita excentricidade por ai que nada tem a ver com o ensino do evangelho.

Segundo o próprio Jesus, o que prova/atesta que a pessoa tem Ele como mestre é o AMOR! Amor esse presente nas Escrituras – basta ler com uma boa dose de bom senso – amor que liberta a alma do ódio, da vingança e da falta de perdão; amor que supera a lógica da religião para vivermos o evangelho que nos faz livres para amar; o amor, que é encarnado, materializado, exteriorizado em manifestações concretas e práticas.

O que te faz discípulo ou discípula de Jesus não é a qualidade da catequese, não é o moralismo, não é um discurso religioso: É O AMOR! Sem amor, estamos distantes do Deus revelado em Jesus.

Minha oração é igual a da canção do Marcos Almeida:

“Deixa eu viver a boa nova
Deixa eu me encontrar com esse amor todos os dias
Deixa eu viver a boa nova
Que me faz bem, me deixa amar sem perguntar a quem”

Vamos amar! Quem ama conhece a Deus, pois Deus é AMOR!

Abraço fraterno,
André ??❤️

A experiência de Jesus

Meditações no Salmo 129

Em muitas leituras dos salmos – e no Antigo Testamento (AT) – é possível notar traços teológicos que produzem um tipo de espiritualidade muito diferente da proposta no Novo Testamento (NT), especialmente nos evangelhos. A maneira do salmista orar é uma maneira visceral, vinculada por completos as suas emoções no momento de redigir ou entoar a poesia e falar a sua oração. Isso deve ser levado em consideração quando lemos os salmos. Mas a questão, como mencionada, não é apenas de forma, mas de conteúdo.

A teologia que sustenta a espiritualidade no AT é diferente da teologia que sustenta a espiritualidade no NT. Percebemos no salmista uma dor muito genuína, durante toda a sua vida, produzida por uma perseguição implacável pessoal e comunitária. Os inimigos de Israel foram, em muitos momentos, implacáveis. O problema ocorre em relação a maneira de se portar em relação ao inimigo e adversário. Quem ora, o faz carregado de ressentimento, que nada mais é do que uma ferida que não cicatriza e, uma vez constantemente exposta ao longo dos anos e da vida, torna-se um rancor constante, que permeia toda a existência e pensamento do ressentido. No salmo, o salmista não consegue perdoar, amar ou abençoar o inimigo. Só consegue o amaldiçoar, desejando vingança e o mal do outro. Percebe-se um espírito triunfalista também em quem ora. O orante está cheio de arrogância em relação a quem o feriu, se vangloriando do seu Deus e se colocando como que superior espiritualmente sobre o que pratica o mal. Não há sinal de humildade, de cautela nas palavras ou de contenção em suas expressões. No NT, através dos ensinos de Jesus de Nazaré, somos instruídos a perdoar os que nos fazem mal, a amar os inimigos e a orar por eles. Mais, somos orientados a sermos mansos e humildes, nunca deixando que a nossa religião nos torne soberbos e altivos. Infelizmente, a leitura de muitos evangélicos em nossos dias está mais para a lógica do AT do salmista do que do NT de Jesus. São “evangélicos” que se sentem superiores a tudo e todos. Estão convencidos de que devem conquistar “para Jesus” politicamente o Brasil e o mundo, como se fossem a solução definitiva de todos os problemas. Acham que a sua postura é superior a outras posições e veem quem diverge como inimigo e herege, seja de dentro ou de fora da igreja. Carregados de ressentimento de um passado problemático longínquo, insistem em guardar rancor de coisas e situações que nem viveram. A oração do salmista é genuína. Entretanto, a nossa leitura precisa estar balizada pela lógica de Cristo. Somente vivenciando a experiência de Jesus, seremos capazes de nos prevenir de leituras com lógicas ultrapassadas e caducadas, como afirma o escritor de Hebreus (8.13), e nos abrirmos para um horizonte cheio da misericórdia encontrada no Cristo!

Pr. André Anéas