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EPISÓDIO 30 – O Deus que tem sede

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 30 - O Deus que tem sede
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João 04

Evangelização é um tipo de atividade religiosa muito mal interpretada pelos cristãos, especialmente os evangélicos. Campanhas e mais campanhas para atrair membros para instituições religiosas são feitas, com métodos específicos e campanhas de marketing. Trata-se de um mercado da fé, com concorrência e disputa pela “fatia” do mercado.

Nada mais distante de Jesus…

Na famosa cena de Jesus junto de uma samaritana, no poço de Jacó, nos é revelada outra maneira de partilhar graça e amor. Jesus não oferece uma religião, um templo, uma teologia. Ele pede água; Ele adentra o mundo daquela mulher; Ele conversa; Ele relativiza o religioso. Ela, por sua vez, se sente segura; ela é acolhida; ela é encontrada; ela é amada.

O Deus revelado em Jesus pede água. Jesus, em sua humildade, oferece-se nesse encontro. Vai até o poço onde ela pega água, oferece água viva e um modo de relação com Deus que supera a religião: em Espírito e em verdade!

Na partilha da nossa fé, não devemos criar “arapucas” para “ganharmos almas”. Devemos ser verdadeiros, honestos e estar dispostos a visitar os “poços” daqueles que cruzam nossa vida. Devemos adentrar mundos desconhecidos. Devemos criar relações verdadeiras. Devemos fazer novos amigos. Devemos ser humilde e “pedir água” para o próximo. É ai, na honestidade de uma relação verdadeira, que o Espírito age.

Sem pressão.
Sem proselitismo.
Na leveza do evangelho.
Na liberdade absoluta do Espírito.

Abraço fraterno amigo e amiga.
André ❤️??

EPISÓDIO 29 – Teologia do Corpo

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 29 - Teologia do Corpo
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João 20 : 24

Nesse tempo de Carnaval creio ser oportuno visitarmos teologicamente a questão do Corpo. Nós, enquanto igreja, fomos muito influenciados por um tipo de pensamento filosófico grego, especificamente platônico, em nossa tradição cristã ocidental. Tendo como grande expoente Santo Agostinho, desenvolvemos um olhar pessimista e negativo sobre a nossa carne, o nosso corpo.

Exemplos disso: os cristãos, especialmente os protestantes históricos e tradicionais, têm dificuldades em expressar emoções, a dança já foi considerada pecado, por anos não jogamos futebol de domingo, ir cinema e desfrutar das artes foi tido como grande tentação para a “carne” e, até hoje, falar em sexualidade é grande tabu nas igrejas.

Entretanto, quando observamos as Escrituras, percebemos que o corpo não deveria ser desvalorizado. Em primeiro lugar, Deus encarnou em corpo, se fazendo carne. Deus desejou ter um corpo como o nosso. A ressurreição é peça chave também. É ressurreição do corpo. Tomé teve o privilégio de tocar as marcas da crucificação de Jesus ressuscitado em carne.

O corpo é bom! Ele é um jardim, que pode produzir flores e frutos. O sorriso, o abraço, a troca de olhares, o consolo, o passear de mãos dadas… Tudo isso só acontece porque temos um corpo. Fantasmas, almas e espíritos não se abraçam.

Relativizar o valor e santidade do corpo é um perigo! É abrir caminho para a maldade. Se o corpo e a matéria não são boas, pode justificar assassinatos e a destruição da natureza sem peso na consciência. Essa relativização é perigosa e está distante do Deus que fez tudo bom, inclusive nossos corpos e a natureza.

Que possamos (re)pensar em nossa reflexão o corpo, o valorizando como Deus o faz. Sorria! Dance! Viva! Pois somente quem tem corpo pode fazê-lo.

Abraço fraterno,
André ❤️

EPISÓDIO 29 – O amor é amoral

Igreja Batista em Quitaúna
Igreja Batista em Quitaúna
EPISÓDIO 29 - O amor é amoral
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João 13: 35

O que nos torna discípulos e discípulas de Jesus? Sermos moralistas, juízes, intrometidos na vida alheia e religiosos rigorosos não nos faz discípulos do Nazareno. Podem até dizer que “somos diferentes”… Mas tem muita excentricidade por ai que nada tem a ver com o ensino do evangelho.

Segundo o próprio Jesus, o que prova/atesta que a pessoa tem Ele como mestre é o AMOR! Amor esse presente nas Escrituras – basta ler com uma boa dose de bom senso – amor que liberta a alma do ódio, da vingança e da falta de perdão; amor que supera a lógica da religião para vivermos o evangelho que nos faz livres para amar; o amor, que é encarnado, materializado, exteriorizado em manifestações concretas e práticas.

O que te faz discípulo ou discípula de Jesus não é a qualidade da catequese, não é o moralismo, não é um discurso religioso: É O AMOR! Sem amor, estamos distantes do Deus revelado em Jesus.

Minha oração é igual a da canção do Marcos Almeida:

“Deixa eu viver a boa nova
Deixa eu me encontrar com esse amor todos os dias
Deixa eu viver a boa nova
Que me faz bem, me deixa amar sem perguntar a quem”

Vamos amar! Quem ama conhece a Deus, pois Deus é AMOR!

Abraço fraterno,
André ??❤️

A experiência de Jesus

Meditações no Salmo 129

Em muitas leituras dos salmos – e no Antigo Testamento (AT) – é possível notar traços teológicos que produzem um tipo de espiritualidade muito diferente da proposta no Novo Testamento (NT), especialmente nos evangelhos. A maneira do salmista orar é uma maneira visceral, vinculada por completos as suas emoções no momento de redigir ou entoar a poesia e falar a sua oração. Isso deve ser levado em consideração quando lemos os salmos. Mas a questão, como mencionada, não é apenas de forma, mas de conteúdo.

A teologia que sustenta a espiritualidade no AT é diferente da teologia que sustenta a espiritualidade no NT. Percebemos no salmista uma dor muito genuína, durante toda a sua vida, produzida por uma perseguição implacável pessoal e comunitária. Os inimigos de Israel foram, em muitos momentos, implacáveis. O problema ocorre em relação a maneira de se portar em relação ao inimigo e adversário. Quem ora, o faz carregado de ressentimento, que nada mais é do que uma ferida que não cicatriza e, uma vez constantemente exposta ao longo dos anos e da vida, torna-se um rancor constante, que permeia toda a existência e pensamento do ressentido. No salmo, o salmista não consegue perdoar, amar ou abençoar o inimigo. Só consegue o amaldiçoar, desejando vingança e o mal do outro. Percebe-se um espírito triunfalista também em quem ora. O orante está cheio de arrogância em relação a quem o feriu, se vangloriando do seu Deus e se colocando como que superior espiritualmente sobre o que pratica o mal. Não há sinal de humildade, de cautela nas palavras ou de contenção em suas expressões. No NT, através dos ensinos de Jesus de Nazaré, somos instruídos a perdoar os que nos fazem mal, a amar os inimigos e a orar por eles. Mais, somos orientados a sermos mansos e humildes, nunca deixando que a nossa religião nos torne soberbos e altivos. Infelizmente, a leitura de muitos evangélicos em nossos dias está mais para a lógica do AT do salmista do que do NT de Jesus. São “evangélicos” que se sentem superiores a tudo e todos. Estão convencidos de que devem conquistar “para Jesus” politicamente o Brasil e o mundo, como se fossem a solução definitiva de todos os problemas. Acham que a sua postura é superior a outras posições e veem quem diverge como inimigo e herege, seja de dentro ou de fora da igreja. Carregados de ressentimento de um passado problemático longínquo, insistem em guardar rancor de coisas e situações que nem viveram. A oração do salmista é genuína. Entretanto, a nossa leitura precisa estar balizada pela lógica de Cristo. Somente vivenciando a experiência de Jesus, seremos capazes de nos prevenir de leituras com lógicas ultrapassadas e caducadas, como afirma o escritor de Hebreus (8.13), e nos abrirmos para um horizonte cheio da misericórdia encontrada no Cristo!

Pr. André Anéas

EPISÓDIO 28 – Quando a esperança é ousadia

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 28 - Quando a esperança é ousadia
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Lamentações 3:18

Existem momentos em que não há esperança. Os poemas contidos no livro de Lamentações narram um desastre tamanho em que só é possível chorar. Fome, guerra, destruição, violência e muitas dúvidas. Quem escreve tem dificuldade até mesmo para entender Deus em meio ao caos.

Acredito que muitas vezes estamos assim. Diante das circunstâncias sociais, pessoais, religiosas, não temos esperança. Só existe um caminho possível: OUSAR esperançar.

Essa ousadia precisa ser fruto de algumas convicções: 1. Saber que Deus é o Deus da misericórdia. 2. Experimentarmos a misericórdia de Deus. 3. Saber olhar para os sinais da misericórdia!

Decidi para mim mesmo: VOU OUSAR TER ESPERANÇA. Para isso, guardei em meu coração a certeza de que Deus é amor infinito. Vou treinar meu olhar para olhar para Jesus – é só para ele! Mais: não vou deixar que nada nem ninguém me tire a alegria dos sinais de esperança que vejo no mundo.

Te convido a fazer o mesmo… Quando a esperança é ousadia, vamos ousar esperançar a partir da realidade do Deus que renova suas misericórdias todas as manhãs! Vamos ser inundados da esperança que procede do Deus da Vida, da Paz e da Justiça. Como diz o poeta, vamos cantar: “Você que inventou a tristeza / Ora, tenha a fineza de desinventar”, porque Deus é bom!

Abraço fraterno,
André ??❤️

EPISÓDIO 25 – Igreja: eu não vim até aqui para desistir agora!

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 25 - Igreja: eu não vim até aqui para desistir agora!
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1ª Carta de Paulo aos Coríntios 11: 17

Eu acredito na igreja! Chego a beirar a ingenuidade e ter um pensamento utópico… Mas acredito na igreja. Não me tornei pastor para desistir agora. Aliás, “não vim até aqui para desistir agora!”.

Entretanto, é fundamental entender que igreja é essa. Infelizmente existem igrejas que fazem mais mal do que bem. Paulo não consegue elogiar a igreja de Corinto, pois as reuniões deles faziam mais mal do que bem, distorcendo – e muito – o sentido e significado da Ceia do Senhor.

Aprendemos com Paulo que uma igreja cheia de divisões, de espírito sectário, desunida, que não possui unidade e amor, está na contramão do tipo de experiência comunitária que a fé cristã deveria ter.

Mais: toda lógica individualista nada tem a ver com Jesus! Ir à igreja e pensar somente em mim, na minha benção, no meu milagre, no meu bem estar, nada tem a ver com a fé no nazareno.

Por fim, Paulo mostra que uma igreja que tolera a humilhação do diferente, manifestada no preconceito com o empobrecido, no racismo, no machismo ou na xenofobia, é uma igreja que não sabe discernir o Corpo de Cristo.

Eu não vim até aqui para desistir agora! Por isso, insisto, trabalho e persevero no servido dentro da igreja, pois quero contribuir para que a igreja de Jesus seja um lugar em que eu queria estar com a minha família e amigos, vivendo uma experiência de fé verdadeira: uma alternativa de tudo o que existe nas culturas desse mundo.

Como você tem contribuído para que a atmosfera da igreja seja menos sectária, menos individualista e menos preconceituosa? Vamos viver de verdade a experiência de sermos comunidade de Jesus? Espero que você não tenha vindo até aqui para desistir agora… Espero que a igreja que estamos sendo faça, no mínimo, mais bem do que mal.

Abraço fraterno,
André Anéas

EPISÓDIO 22 – A fascinação totalitária que destrói as relações

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 22 - A fascinação totalitária que destrói as relações
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Marcos 10: 35

Todos nós corremos o risco de nos fascinar com lógicas totalitárias, fascistas, ditatoriais. Não somente no espaço público-politico, mas nas relações humanas, queremos dar a última palavra, “mostrar quem manda”.

Esse caminho intoxica as relações. Transforma conversas em monólogos. Deixamos de aprender com o próximo, de nos edificar mutuamente enquanto humanos. Nossa vida é empobrecida.

“Não será assim entre vocês”, disse Jesus. Ele propõe outro caminho, que não é o da glória, das altas posições e, tão pouco, do autoritarismo em nosso modo de ser no mundo. A proposta de Jesus é humana, do serviço ao outro, livre das armadilhas de um ego inflado.

Que tenhamos como ambição, a partir da espiritualidade de Jesus, uma vida de doação, entrega e olhar para o outro. Esse caminho conduz a Vida, o outro é tentação do diabo, que conduz para a morte. Escolhamos a Vida!

Abraço fraterno,
André Anéas

EPISÓDIO 19 – Vida: Dom de Deus

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 19 - Vida: Dom de Deus
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Salmo 127

A Vida é dom de Deus. Não escolhemos viver. Não escolhemos respirar. Não escolhemos nascer. O palco da vida e da existência nos é dado, concedido.

O que fazemos com essa dádiva da Vida? Acredito que estamos diante de dois caminhos: negar a vida; ou valorizar a vida.

Para além de todas as dicotomias religiosas tolas e superficiais, te convido para uma reflexão séria e profunda. Nosso olhar poderá ser aberto para discernirmos o toque da eternidade em instantes preciosos da existência.

Oro para que você veja e perceba o Eterno em cada segundo, valorizando e honrando o fôlego de vida que nós é concedido.

Abraço fraterno,
André ❤️

EPISÓDIO 15 – O Poder do Testemunho de Cristo

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 15 - O Poder do Testemunho de Cristo
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Lucas 22: 39-43

Jesus, em seus ultimos momentos de vida, nos traz o maior exemplo de amor que alguém poderia ter. O perdão ao ladrão da cruz e sua conversão através do poder e da ação do Espírito Santo naquele momento, nos mostra que não somos merecedores de seu amor, mas Ele, em sua infinita graça nos traz perdão e misericórdia, independente de quem somos ou do que fazemos. Ele vê o nosso coração. A partir disto, somos ensinados a evangelizar e testemunhar ao mundo, à luz do Cristo. 

Abraço fraterno,
André ❤️

EPISÓDIO 14 – O Milagre de um Novo Amanhã

Igreja Batista em Quitaúna
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EPISÓDIO 14 - O Milagre de um Novo Amanhã
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No último domingo na #IBQ afirmei que Deus deseja uma relação conosco em primeira mão. Se nos relacionarmos com Ele em segunda mão (somente ouvir dEle e não viver com Ele) nosso testemunho estará comprometido. A próxima geração terá em nós a referência de pessoas dúbias, oscilantes e descomprometidas com o Senhor. Cabe a nós seguirmos o exemplo de Abraão, Davi, do homem espiritual de Paulo e da Igreja “quente” de João (Apocalipse). Do contrário, a próxima geração tem a possibilidade de sofrer as consequências da nossa falta de compromisso.

Abraço fraterno,
André ❤️??